O 'polegar opositor' e o 'movimento de pinça', que diferenciaram o homo sapiens dos macacos ancestrais, podem estar prestes a ser patenteados, ao menos para determinados fins. Estamos falando do mais recente exemplo de como investimentos em inovação e propriedade intelectual podem alavancar um negócio bom: a discussão do momento no mercado da tecnologia é se a Apple conseguirá obter a patente - que já solicitou - para o movimento de pinça e outros gestos feitos com os dedos nas aplicações multitouch como a telinha do iPhone.
Se a patente for aprovada, a Apple poderá impedir que outras empresas lancem produtos com tecnologias similares, e que usem os mesmos gestos. O resultado é que talvez você tenha que usar o movimento de pinça para fazer um zoom no telefone, girar o dedo para fazer um zoom no notebook, e dar três tapinhas na tela de navegação do controle remoto se quiser fazer o mesmo no seu home-theater.
A questão é polêmica, mas há chances de a patente vingar. De acordo com um especialista consultado pela revista Wired, "enquanto um gesto como a pinça em si mesmo não pode ser patenteado, se você conectar ao gesto uma função específica em um aparelho popular, será possível argumentar que outros aparelhos usando a mesma técnica estariam cometendo uma infração. Comando por toque pode não ser novo, mas 'usar o movimento de pinça de modo que o zoom seja relativo ao espaço entre os dedos do usuário' atende os requerimentos para uma solicitação de patente".
Com mais de duzentas patentes solicitadas somente para o iPhone, a Apple está claramente tentando obter o máximo controle possível sobre tudo o que diga respeito ao multitouch. Se eles vão conseguir ninguém sabe, mas isso deveria fazer muitos empresários lembrarem de quanto valor o investimento em propriedade intelectual - as boas e novas idéias - pode alavancar para seus negócios e suas marcas. Afinal, não é de hoje que as idéias mudam o mundo.
Leia mais sobre a questão das patentes, em inglês, aqui. E mais sobre o iPhone, no site da Apple.