TEENS E O CONSUMO DE MÍDIA

O relatório de um adolescente sobre os hábitos de consumo de mídia dos jovens da sua idade provocou uma grande movimentação no mercado financeiro da city londrina, alvoroçando gestores de fundos e outros interessados nos mercados de mídia e tecnologia na semana passada, mesmo sem trazer grandes novidades para quem acompanha de perto a garotada e os seus hábitos. O relato soou tão surpreendente para o pessoal do Morgan Stanley, que encomendou o trabalho ao jovem de apenas 15 anos, que acabou sendo publicado na íntegra (veja aqui, em inglês).
Sem pretender ter alguma representatividade em termos de amostragem ou precisão estatística, o relatório trouxe várias questões que imediatamente chamam a atenção pela quantidade de 'insights' que podem conter sobre os rumos do consumo de mídia, e pode servir como apoio para quem quer intuir quais serão os setores da indústria com maior rentabilidade no curto e médio prazos. Entre as declarações de maior impacto, uma que diz que o Twitter, considerado um novo fenômeno de popularidade, "não é para adolescentes".
Resumo traduzido dos 'highlights':
Os adolescentes estão consumindo mais mídia, mas de modos totalmente diversos, e certamente não estão preparados para pagar por isso. Eles não gostam de propaganda intrusiva em outdoors, TV ou internet. Gostam de buscar e transferir conteúdos entre plataformas como iPods, celulares e sites. A mídia impressa é vista como irrelevante, especialmente quando paga, mas eventos como cinema e shows permanecem populares e entre as últimas atividades pelas quais eles se dispõem a pagar. A convergência entre games, TV, celulares e internet está se acelerando, com grande impacto no negócio da TV paga. Quando se trata de celulares, preço é o fator chave, tanto em termos do preço dos aparelhos quanto da possibilidade de não manter vínculos contratuais com as operadoras, apenas pagando pelo uso. Telefones com recursos situados numa faixa média são dominantes, já que os smartphones são vistos como desejáveis mas muito caros. A maioria prefere ter dispositivos separados para música e mensagens. Mensagens de texto tipo SMS ainda são o recurso essencial, e o uso de serviços de dados é limitado pelo custo. Na mesma linha de raciocínio, o Wi-Fi é mais popular que o 3G.

Para ver também o relatório Nielsen sobre o consumo de mídia por adolescentes, com ambições bem mais científicas, clique aqui.